segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quem faz o novo?

Por acaso peguei uma revista Gula em que, na capa, o título da matéria principal é "O futuro de Alex Atala", com o subtítulo "Vem aí uma revolução na alta gastronomia". A matéria mostra o que o nosso grande cozinheiro aprendeu com os grandes nomes da gastronomia mundial e, claro, o que ensinou para eles nas suas últimas andanças e nas edições do evento Cook It Raw. E preconiza que "agora, quanto mais puro for o sabor do alimento, melhor. Quanto menos manipulação, também". Concordo que este é um caminho natural e atualmente buscado pelos cozinheiros.
Mas o que mais me chamou a atenção foi o prato que ilustra a capa, um arroz negro levemente tostado com legumes verdes e leite de castanha-do-pará. E fiquei pensando em quem cria e como são definidas as tendências, qualquer tipo de tendência.


É que, na minha visão, o prato se parece muito mais com a estética de René Redzepi - o atual primeiro lugar do mundo, com o seu dinarmaquês Noma - do que com o que já tinha visto do excepcional trabalho de Atala.


Mudanças são sempre muito bem-vindas e este nem é o assunto do post. O que fiquei questionando é como as tendências são criadas. Quem define o "ingrediente da moda"?  Quem decide qual é o ponto correto de cozimento de um alimento? Será que um pequeno grupo de cozinheiros - mesmo sendo os maiores e mais premiados - conseguem mudar a forma de cozinhar e de servir os alimentos? Isso é somente uma questão comercial ou realmente uma mudança comportamental?
Claro que não tenho respostas para as perguntas acima. E nem para várias outras que estão na minha cabeça. Tendências vem e vão. Só tenho certeza de que o melhor de cada tendência, na visão de cada um, deve ser absorvido e bem aplicado.

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