Há comida de todo o tipo, para todas as
ocasiões, mas existem aquelas especiais, que alimentam a alma, deixam a gente
com a sensação de felicidade física. “Comida de alma é aquela que consola, que
escorre garganta abaixo quase sem precisar ser mastigada, na hora de dor, de
depressão, de tristeza pequena.” Assim começa o livro Não é sopa, da ótima cronista Nina Horta. Canja, caldo de galinha,
sopa, leite quente com canela, arroz doce, banana cozida na casca, gelatina,
pudim de leite são alguns de seus exemplos. Para mim, a melhor definição de
comida de alma é a canjiquinha. Quente, rica, substanciosa.
A alma precisa se alimentar. E tem hora certa
pra isso. Mais que alimentar, é ótimo o sentimento de conforto que este tipo de comida nos
causa. Ainda mais quando é feita por uma pessoa especial, quando tem um sabor
que nos remete a algum sentimento ou a alguma fase de nossa vida. O cuscuz que
minha avó fazia tinha o cheiro e o jeito dela. O aroma quente da erva-doce, a
maciez carinhosa dos pedaços de queijo e a textura úmida e familiar dos flocos
de milho. Um banquete para a alma!
O corpo também precisa de alimento,
combustível para as engrenagens desta máquina perfeita. Pão com manteiga e café
quentinho, o arroz com feijão, bife e salada, um prato de massa com molho
suculento e muitas outras. Comidas do dia-a-dia que nos dão força e, mais do
que isso, nos caracterizam como indivíduos pertencentes a uma cultura
gastronômica.
Entre o corpo e a alma, procure sempre
alimentar os dois. Cada um em seu momento ou, quando possível, juntos. Um belo
almoço ou jantar, feito com cuidado e carinho, acompanhado de ótima companhia e
um bom vinho, consegue alimentar e confortar tanto o corpo quanto a alma. Está
esperando o quê? Ponha a mesa e satisfaça todos os seus sentidos!
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