Fazer acarajé parece um mistério. Aquela massa fofa e ainda feita com feijão! Mas não é não. É só ter um pouquinho de boa vontade e de força, porque a massa precisa ser bem batida. E você ainda pode fritar acarajés pequenos e montar um bonito prato.
Vai aí a receita. Para adiantar, dá pra comprar o feijão-fradinho já sem pele e quebrado no Mercado Central. Onde? Isso faz parte da aventura...
ACARAJÉ
3 a 4 porções
250 g de feijão-fradinho
1 cebola média, ralada
Sal
Azeite-de-dendê com 1 cebola, para fritar
Bata o feijão-fradinho seco no liquidificador só para quebrar o grão, sem esmigalhar. Ponha de molho em água suficiente para quebrar os grãos e deixe por 24 horas.
Escorra a água, lave o feijão, retirando todas as cascas, e passe no processador.
Coloque a massa de feijão numa tigela, tempere com sal e, aos poucos, acrescente a cebola, batendo bem com uma colher grande.
Numa frigideira, coloque azeite-de-dendê que ultrapasse metade da altura do acarajé e aqueça a cebola inteira. Dê forma aos acarajés com duas colheres e coloque para fritarbem de cada lado. Escorra e sirva imediatamente.
Pode ser servido puro ou com molho de pimenta ou com vatapá, molho de camarão seco, caruru e salada de tomate verde.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Alimentos "gourmet" ou a saga da aroeirinha
Caviar, lagosta, trufa branca, foie gras, porcini frescos, lentilles vertes du Puy, jamón ibérico de bellota, kobe beef... Todos considerados alimentos gourmet. Objetos de desejo, presentes, em maior ou menor grau, no imaginário popular como iguarias algumas vezes inatingíveis. Reservados para eventos especiais, tornam estas ocasiões verdadeiramente inesquecíveis. Mas, afinal, o que faz um alimento ser qualificado como “gourmet”?
Cuidados especiais com a matéria-prima, controle rígido do processo de fabricação, limites geográficos e culturais para sua produção e sazonalidade são algumas características comuns aos alimentos gourmet. E é claro que esta combinação de fatores eleva o preço destes produtos, fazendo com que se tornem ainda mais especiais. Mas nem sempre é assim. Algumas vezes um curioso conjunto de fatores ou uma bela estratégia de marketing são suficientes para um alimento ser considerado gourmet e passar a ser vendido como tal.
Veja o caso da pimenta-rosa. O simples frutinho da aroeira-vermelha (árvore nativa de diversos tipos de vegetação do Brasil, ocorrendo do Pernambuco ao Rio Grande do Sul), teve que ir para a França e dar um toque tropical à nouvelle cuisine para, então, retornar ao nosso país como um produto importado, um alimento gourmet, rebatizado de poivre rose. Daí passou a freqüentar as cozinhas de restaurantes renomados, mais como elemento de decoração que como condimento.
Assim como a pimenta-rosa, qualquer alimento pode chegar ao status de gourmet. E sem precisar correr o mundo para isso. Com conhecimentos gastronômicos e técnica culinária apurada, além do domínio das características físicas e sensoriais do ingrediente, é possível transformá-lo em pratos saborosos e bem elaborados, com novas características sensoriais.
A chef Roberta Sudbrack, reconhecida como uma das melhores do Brasil, faz um trabalho interessante em seu restaurante. A cada ano, elege um ingrediente corriqueiro, daqueles que ninguém dá atenção, trabalha com ele a fundo e, com técnica muito precisa, extrai desse produto o melhor em termos de texturas, sabores e sensações. E olha que ela já fez esta experiência com o chuchu, a abóbora e o quiabo.
Abra sua geladeira e olhe sua despensa com outros olhos. Quem sabe num próximo jantar o menu não será formado por jiló, costelinha e goiaba? Carré suíno com flã de jiló e barbecue de goiabada. Estão servidos?
Cuidados especiais com a matéria-prima, controle rígido do processo de fabricação, limites geográficos e culturais para sua produção e sazonalidade são algumas características comuns aos alimentos gourmet. E é claro que esta combinação de fatores eleva o preço destes produtos, fazendo com que se tornem ainda mais especiais. Mas nem sempre é assim. Algumas vezes um curioso conjunto de fatores ou uma bela estratégia de marketing são suficientes para um alimento ser considerado gourmet e passar a ser vendido como tal.
Veja o caso da pimenta-rosa. O simples frutinho da aroeira-vermelha (árvore nativa de diversos tipos de vegetação do Brasil, ocorrendo do Pernambuco ao Rio Grande do Sul), teve que ir para a França e dar um toque tropical à nouvelle cuisine para, então, retornar ao nosso país como um produto importado, um alimento gourmet, rebatizado de poivre rose. Daí passou a freqüentar as cozinhas de restaurantes renomados, mais como elemento de decoração que como condimento.
Assim como a pimenta-rosa, qualquer alimento pode chegar ao status de gourmet. E sem precisar correr o mundo para isso. Com conhecimentos gastronômicos e técnica culinária apurada, além do domínio das características físicas e sensoriais do ingrediente, é possível transformá-lo em pratos saborosos e bem elaborados, com novas características sensoriais.
A chef Roberta Sudbrack, reconhecida como uma das melhores do Brasil, faz um trabalho interessante em seu restaurante. A cada ano, elege um ingrediente corriqueiro, daqueles que ninguém dá atenção, trabalha com ele a fundo e, com técnica muito precisa, extrai desse produto o melhor em termos de texturas, sabores e sensações. E olha que ela já fez esta experiência com o chuchu, a abóbora e o quiabo.
Abra sua geladeira e olhe sua despensa com outros olhos. Quem sabe num próximo jantar o menu não será formado por jiló, costelinha e goiaba? Carré suíno com flã de jiló e barbecue de goiabada. Estão servidos?
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Para "saciar a fome de diversão inteligente"
Acabei de rever o filme Estômago (Marcos Jorge, 2008, Brasil/Itália). Simplesmente indescritível. Pode ser colocado no mesmo patamar das grandes obras cinematográficas que tem a comida como tema. O própio subtítulo do filme dá uma boa idéia do que se trata: uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia.
É necessário elogiar tudo no filme: a história, a idéia central, os atores (exceção para o dono do restaurante italiano, com pouca paixão pela comida!), como foi abordada a ordem cronológica do filme, as idéias que ficam no ar, a hierarquia que existe em tudo é demostrada no filme pela cadeia de ações do protagonista.
Para ver o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=zPmVXkWi9Yk&feature=related
Experimentem! "Degustem" esse delicioso filme. E fica um conselho de amigo: deixe algumas coxinhas por perto. Só por precaução...
É necessário elogiar tudo no filme: a história, a idéia central, os atores (exceção para o dono do restaurante italiano, com pouca paixão pela comida!), como foi abordada a ordem cronológica do filme, as idéias que ficam no ar, a hierarquia que existe em tudo é demostrada no filme pela cadeia de ações do protagonista.
Para ver o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=zPmVXkWi9Yk&feature=related
Experimentem! "Degustem" esse delicioso filme. E fica um conselho de amigo: deixe algumas coxinhas por perto. Só por precaução...
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Parabéns, Alessandra!
Como já disse no post anterior, chegou a hora e a vez das mulheres brilharem na cozinha. E fico muito feliz que uma dessas mulheres, a vencedora do concurso de receitas com abóbora do programa Terra de Minas, da Rede Globo, seja Alessandra Ávila Rangel, minha aluna, ótima aluna, que levou o prêmio com um interessante Nhoque de abóbora ao molho de linguiça caipira flambada na cachaça.
E confesso que não pude deixar de ter uma pontadinha de satisfação quando ela me disse que se inspirou num molho de lingüiça que fizemos nas aulas de cozinha italiana.
Sucesso, Alessandra! Você merece.
NHOQUE DE ABÓBORA AO MOLHO DE LINGUIÇA CAIPIRA FLAMBADA NA CACHAÇA
4 a 6 porções
300g de abóbora moranga
300g de batata asterix
1 ovo
1 colher (sopa) de manteiga
Sal e pimenta do reino
300g de farinha de trigo (aproximadamente)
500g de linguiça de lombo picada
1 dente de alho, picado
50ml de cachaça
300g de tomate pelatti
Pimenta-calabresa seca
Azeite
Manjericão
200g de cogumelo
200ml de creme de leite fresco
Queijo minas curado ralado
Lave a abóbora e as batatas e seque bem.
Fatie a abóbora e leve ao forno regada com azeite e sal.
Leve a batata ao forno também até ficar cozida, coberta com papel aluminio.
Enquanto isso faça o molho: refogue o alho no azeite e coloque a linguiça esmigalhada sem a pele e sem a gordura, deixe fritar, logo depois coloque a cachaça e deixe flambar, acrescente os tomates, o manjericão e deixe apurar. Depois coloque a pimenta-calabresa e o cogumelo, finalize com o creme de leite
Retire a casca da moranga e da batata e passe no espremedor, adicione o ovo, a manteiga e a farinha de trigo até o ponto de enrrolar.
Coloque em uma panela água e deixe ferver, vá colocando as bolinhas de nhoque e quando elas subirem pode retirar.
Misture o molho ao e salpique com o queijo minas ralado.
E confesso que não pude deixar de ter uma pontadinha de satisfação quando ela me disse que se inspirou num molho de lingüiça que fizemos nas aulas de cozinha italiana.
Sucesso, Alessandra! Você merece.
NHOQUE DE ABÓBORA AO MOLHO DE LINGUIÇA CAIPIRA FLAMBADA NA CACHAÇA
4 a 6 porções
300g de abóbora moranga
300g de batata asterix
1 ovo
1 colher (sopa) de manteiga
Sal e pimenta do reino
300g de farinha de trigo (aproximadamente)
500g de linguiça de lombo picada
1 dente de alho, picado
50ml de cachaça
300g de tomate pelatti
Pimenta-calabresa seca
Azeite
Manjericão
200g de cogumelo
200ml de creme de leite fresco
Queijo minas curado ralado
Lave a abóbora e as batatas e seque bem.
Fatie a abóbora e leve ao forno regada com azeite e sal.
Leve a batata ao forno também até ficar cozida, coberta com papel aluminio.
Enquanto isso faça o molho: refogue o alho no azeite e coloque a linguiça esmigalhada sem a pele e sem a gordura, deixe fritar, logo depois coloque a cachaça e deixe flambar, acrescente os tomates, o manjericão e deixe apurar. Depois coloque a pimenta-calabresa e o cogumelo, finalize com o creme de leite
Retire a casca da moranga e da batata e passe no espremedor, adicione o ovo, a manteiga e a farinha de trigo até o ponto de enrrolar.
Coloque em uma panela água e deixe ferver, vá colocando as bolinhas de nhoque e quando elas subirem pode retirar.
Misture o molho ao e salpique com o queijo minas ralado.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Variando a cozinha brasileira: Caruru do Pará
Nas aulas de Cozinha Brasileira, propus aos alunos um trabalho interessante de criação: variar os pratos típicos nacionais, buscando novas texturas e novas apresentações, seguindo a mesma linha de sabor. O primeiro prato que trabalharam foi o caruru do Pará, diferente do caruru baiano por não levar amendoim e castanha e ser engrossado com farinha de mandioca, aproximando de um pirão.
Surgiram idéias interessantes como um bem executado pappardelle ao caruru com caviar de quiabo, levando coentro na massa, e um inusitado sushi de caruru. Mas o destaque foi o saborosíssimo arroz com camarões, quiabo e outros sabores do caruru, chamado de paella paraense, feito com maestria pelos alunos Bárbara Cardinali, Cláudia Werneck, Douglas dos Santos, Isabel Bandeira e Isabela Tibo.
PAELLA PARAENSE
1 porção
100 g de camarão médio fresco
50 g de camarão seco salgado
1/4 de cebola, picada grosseiramente
1/4 de cebola, bem picada
1/2 dente de alho, bem picado
50 g de arroz
1/2 tomate, sem pele e sem sementes, em cubinhos
2 ramos de salsa, picados
3 ramos de coentro, picados
2 talos de cebolinha, picados
25 g de quiabo, em rodelas
1/4 de limão
5 ml de vinagre de vinho branco
15 ml de azeite
1 pimenta-de-cheiro, picada
5 ml de azeite-de-dendê
1 quiabo grande
5 ml de óleo
Descasque os camarões secos e reserva as cascas e cabeças. Deixe de molho em água por cerca de 1 hora, trocando a água para eliminar o sal.
Prepare um caldo com a cebola picada grosseiramente, as cascas e as cabeças reservadas. Coe e reserve.
Numa panela pequena com 100 ml de água, junte o vinagre e algumas gotas de limão, cozinhe os quiabos e escorra até que fiquem bem secos. Reserve.
Corte o quiabo inteiro ao meio para que fiquem duas tiras compridas. Em uma panela, coloque o quiabo para fritar na gordura bem quente até que fique crocante. Escorra em papel absorvente e reserve para decorar o prato.
Refogue, no azeite, metade da cebola ed o alho, junte a pimenta-de-cheiro, os camarões frescos e secos, o tomate, a salsa, o coentro e a cebolinha. Acerte o tempero, adicione o azeite-de-dendê e reserve.
Refogue o restante da cebola e do alho no óleo, acrescente o arroz e mexa por alguns minutos. Acrescente o caldo reservado, tempere com sal e deixe cozinhar. Misture o refogado de camarão e o quiabo cozido e sirva decorado com o quiabo frito.
(Na versão apresentada, o prato foi decorado com um espetinho de camarão e quiabo muito charmoso!)
Surgiram idéias interessantes como um bem executado pappardelle ao caruru com caviar de quiabo, levando coentro na massa, e um inusitado sushi de caruru. Mas o destaque foi o saborosíssimo arroz com camarões, quiabo e outros sabores do caruru, chamado de paella paraense, feito com maestria pelos alunos Bárbara Cardinali, Cláudia Werneck, Douglas dos Santos, Isabel Bandeira e Isabela Tibo.
PAELLA PARAENSE
1 porção
100 g de camarão médio fresco
50 g de camarão seco salgado
1/4 de cebola, picada grosseiramente
1/4 de cebola, bem picada
1/2 dente de alho, bem picado
50 g de arroz
1/2 tomate, sem pele e sem sementes, em cubinhos
2 ramos de salsa, picados
3 ramos de coentro, picados
2 talos de cebolinha, picados
25 g de quiabo, em rodelas
1/4 de limão
5 ml de vinagre de vinho branco
15 ml de azeite
1 pimenta-de-cheiro, picada
5 ml de azeite-de-dendê
1 quiabo grande
5 ml de óleo
Descasque os camarões secos e reserva as cascas e cabeças. Deixe de molho em água por cerca de 1 hora, trocando a água para eliminar o sal.
Prepare um caldo com a cebola picada grosseiramente, as cascas e as cabeças reservadas. Coe e reserve.
Numa panela pequena com 100 ml de água, junte o vinagre e algumas gotas de limão, cozinhe os quiabos e escorra até que fiquem bem secos. Reserve.
Corte o quiabo inteiro ao meio para que fiquem duas tiras compridas. Em uma panela, coloque o quiabo para fritar na gordura bem quente até que fique crocante. Escorra em papel absorvente e reserve para decorar o prato.
Refogue, no azeite, metade da cebola ed o alho, junte a pimenta-de-cheiro, os camarões frescos e secos, o tomate, a salsa, o coentro e a cebolinha. Acerte o tempero, adicione o azeite-de-dendê e reserve.
Refogue o restante da cebola e do alho no óleo, acrescente o arroz e mexa por alguns minutos. Acrescente o caldo reservado, tempere com sal e deixe cozinhar. Misture o refogado de camarão e o quiabo cozido e sirva decorado com o quiabo frito.
(Na versão apresentada, o prato foi decorado com um espetinho de camarão e quiabo muito charmoso!)
domingo, 15 de agosto de 2010
Simples e sofisticada
Aí vai a dica de uma entrada fácil de preparar, com sabor e visual que vão impressionar. Daquelas para fazer bonito!
TORTINHA DE BACALHAU COM VINAGRETE DE AZEITONA
4 a 6 porções
200 g de batata, cozida e amassada
150 g de bacalhau Saith, dessalgado, cozido e desfiado
3 ovos
1 colher (chá) de fermento em pó
Sal e pimenta-do-reino
1/2 tomate italiano maduro, sem semente e em cubinhos
Salsinha, bem picada
Numa tigela, misture bem a batata ao bacalhau e à gema e tempere com sal e pimenta-do-reino.
Bata a clara bem firme e incorpore à massa de bacalhau, juntamente com o fermento em pó.
Transfira a mistura para quatro a seis aros untados e leve ao forno até assar.
Sirva acompanhada de vinagrete de azeitonas verdes, tomate fresco picado e salsinha bem picada.
VINAGRETE DE AZEITONA
6 porções
6 azeitonas verde, sem semente e bem picadas
30 ml de azeite extra virgem
6 ml de aceto balsamico
1/2 limão
Sal e pimenta-do-reino
Numa tigela, emulsione bem o azeite com o aceto e o suco de limão.
Acrescente as azeitonas picadas e tempere com sal e pimenta-do-reino. Mantenha na geladeira.
TORTINHA DE BACALHAU COM VINAGRETE DE AZEITONA
4 a 6 porções
200 g de batata, cozida e amassada
150 g de bacalhau Saith, dessalgado, cozido e desfiado
3 ovos
1 colher (chá) de fermento em pó
Sal e pimenta-do-reino
1/2 tomate italiano maduro, sem semente e em cubinhos
Salsinha, bem picada
Numa tigela, misture bem a batata ao bacalhau e à gema e tempere com sal e pimenta-do-reino.
Bata a clara bem firme e incorpore à massa de bacalhau, juntamente com o fermento em pó.
Transfira a mistura para quatro a seis aros untados e leve ao forno até assar.
Sirva acompanhada de vinagrete de azeitonas verdes, tomate fresco picado e salsinha bem picada.
VINAGRETE DE AZEITONA
6 porções
6 azeitonas verde, sem semente e bem picadas
30 ml de azeite extra virgem
6 ml de aceto balsamico
1/2 limão
Sal e pimenta-do-reino
Numa tigela, emulsione bem o azeite com o aceto e o suco de limão.
Acrescente as azeitonas picadas e tempere com sal e pimenta-do-reino. Mantenha na geladeira.
Cuidado, homens!
Seus dias na cozinha podem estar contados! Cada vez mais as mulheres estão mostrando que a cozinha profissional é o lugar delas. E com muita capacidade técnica, sem esquecer a sensibilidade e o toque feminino.
Sempre curti o trabalho das mulheres como cozinheiras profissionais. Geralmente os resultados são bem interessante. E, vendo a relação de finalistas do concurso de receitas com abóbora do programa Terra de Minas, da Rede Globo, notei que as finalistas são todas mulheres.
Coincidência ou sinal dos tempos?
Inclusive entre as finalidades estão duas alunas minhas. E ótimas alunas, por sinal!
Se quiserem saber mais e votar: http://www.globominasemtiradentes.com.br/votacao/
Sempre curti o trabalho das mulheres como cozinheiras profissionais. Geralmente os resultados são bem interessante. E, vendo a relação de finalistas do concurso de receitas com abóbora do programa Terra de Minas, da Rede Globo, notei que as finalistas são todas mulheres.
Coincidência ou sinal dos tempos?
Inclusive entre as finalidades estão duas alunas minhas. E ótimas alunas, por sinal!
Alessandra Ávila Rangel, com Nhoque de abóbora ao molho de linguiça caipira flambada na cachaça
Dirlene Xavier de Oliveira, com Panhoquinha com creme de abóbora e ossobuco
Se quiserem saber mais e votar: http://www.globominasemtiradentes.com.br/votacao/
O que estou lendo agora
Outro que encontrei escondido na estante: Os cadernos de cozinha de Leonardo da Vinci (adaptação e organização de E. Barreiros, Editora Record, 2002). Supostamente escrito por Leonardo da Vinci, o livro transcreve algumas anotações de seu caderno de cozinha. Pode ser difícil de acreditar, mas, afinal, não parece lógico que um gênio dotado de tantas capacidades criativas apreciasse a boa mesa e os modos de aprimorá-la? Contudo, não tendo jamais sido exibido o seu manuscrito original, as origens do livro são obscuras.
O texto é, no mínimo, divertido, com preciosidades "culinárias", como os testículos de carneiro com mel:
"Tire a pele dos testícuos de um carneiro e mnergulhe-os por algumas horas em água fria.Corte-os em rodelas finas, acrescente pimenta e sal (Pietro Monti aconselha botar também, um pouco de açafrão para melhorar a cor) e cozinhe-os até que estejam macios como manteiga. Deixe que esfriem, junte mel e creme e sirva-os. Este é o modo correto de preparar testículos de carneiro, por mais que Meu Senhor insista em comê-los quentes, considerando-os acompanhamento ideal para seu purê de nabos.
Pietro Monti afirma que devem ser ralados sobre outro alimento para realçar seu sabor, da mesma maneira que se faz com as trufas brancas de Alba, que têm um sabor muito parecido."
O texto é, no mínimo, divertido, com preciosidades "culinárias", como os testículos de carneiro com mel:
"Tire a pele dos testícuos de um carneiro e mnergulhe-os por algumas horas em água fria.Corte-os em rodelas finas, acrescente pimenta e sal (Pietro Monti aconselha botar também, um pouco de açafrão para melhorar a cor) e cozinhe-os até que estejam macios como manteiga. Deixe que esfriem, junte mel e creme e sirva-os. Este é o modo correto de preparar testículos de carneiro, por mais que Meu Senhor insista em comê-los quentes, considerando-os acompanhamento ideal para seu purê de nabos.
Pietro Monti afirma que devem ser ralados sobre outro alimento para realçar seu sabor, da mesma maneira que se faz com as trufas brancas de Alba, que têm um sabor muito parecido."
Para acompanhar cerveja gelada e bons amigos
Fui conhecer o bar do Sérgio, um colega dos tempos de Estácio, e me surpreendi. Simples e simpático, cerveja gelada, preço justo e ótimos tira-gostos. Gostei do jiló frito com parmesão, típico da região, já que é servido também no Silvio´s Bar.
Não sei se vocês sabem, mas adoro jiló. De qualquer jeito. E a porção estava perfeita, sequinha e generosa. Cá entre nós, melhor que a do concorrente. Acompanhando uma cerveja gelada, então! Só acho que nem precisava usar queijo "parmesão". Um queijo mineiro curado talvez tivesse o mesmo resultado e o prato ficasse ainda mais original.
De qualquer modo, vale a visita:
BARROCO BUTIQUIM
Rua 28 de Setembro, 237 - Esplanada
(esquina com Rua Cravinas)
Não sei se vocês sabem, mas adoro jiló. De qualquer jeito. E a porção estava perfeita, sequinha e generosa. Cá entre nós, melhor que a do concorrente. Acompanhando uma cerveja gelada, então! Só acho que nem precisava usar queijo "parmesão". Um queijo mineiro curado talvez tivesse o mesmo resultado e o prato ficasse ainda mais original.
De qualquer modo, vale a visita:
BARROCO BUTIQUIM
Rua 28 de Setembro, 237 - Esplanada
(esquina com Rua Cravinas)
domingo, 8 de agosto de 2010
Aproveitando a estação
O nosso morango, apesar de não ser exatamente saboroso, é muito bonito. Talvez por isso seja usado tanto em sobremesas. E nesta combinação facílima, impossível de errar, ele fica irresistível. Sobremesa para impressionar! Ainda mais que o ingrediente está na estação, com o preço "precinho".
MORANGOS AO ACETO COM CHANTILLY E HORTELÃ
6 porções
2 caixas de morango
6 colheres (sopa) rasas de açúcar cristal
6 colheres (chá) de aceto balsamico
150 ml de creme de leite fresco
Folhas de hortelã, fatiadas
Lave bem os morangos, retire os cabinhos e corte-os ao meio.
Numa tigela, misture os morangos com o açúcar e o aceto e leve à geladeira por, no mínimo, 2 horas. (Considere 1 colher (sopa) de açúcar e 1 colher (chá) de aceto para cada xícara (chá) de morango).
Bata o creme de leite em ponto de chantilly.
No momento de servir, misture a hortelã fatiada aos morangos e sirva com o chantilly, decorando com hortelã fatiada.
MORANGOS AO ACETO COM CHANTILLY E HORTELÃ
6 porções
2 caixas de morango
6 colheres (sopa) rasas de açúcar cristal
6 colheres (chá) de aceto balsamico
150 ml de creme de leite fresco
Folhas de hortelã, fatiadas
Lave bem os morangos, retire os cabinhos e corte-os ao meio.
Numa tigela, misture os morangos com o açúcar e o aceto e leve à geladeira por, no mínimo, 2 horas. (Considere 1 colher (sopa) de açúcar e 1 colher (chá) de aceto para cada xícara (chá) de morango).
Bata o creme de leite em ponto de chantilly.
No momento de servir, misture a hortelã fatiada aos morangos e sirva com o chantilly, decorando com hortelã fatiada.
domingo, 1 de agosto de 2010
Ao sabor das palavras
Falar de comida é quase tão bom quanto comer. Algumas vezes até melhor. A gastronomia – este assunto apaixonante, extenso, complexo e, ao mesmo tempo, íntimo e particular – é um prato cheio de aromas, de sabores, de sensações. No ponto para serem usados como metáforas de nós mesmos, de nossos sentimentos.
Amor, paixão, prazer, decepção, ira, inveja... Todos os sentimentos podem vir à tona quando o assunto é comida. Dá margem, também, a discussões acirradas. Um prato, um ingrediente, uma refeição, uma experiência gastronômica. Pontos de partida para um bate-boca acalorado ou para uma lânguida e saborosa viagem interior.
Um inocente jiló, amado por uns e odiado por muitos, vira facilmente objeto de atrito e preconceito numa roda de amigos. (Eca, como alguém pode comer isso!) O chocolate, unânime objeto de desejo, é um tema que, ao contrário, une as pessoas, revela complexidades, desperta sensações. (Uma amiga jura que petit gâteau é melhor que beijo na boca!) Até mesmo as pizzas italianas, perfeitas e irretocáveis, geram pontos de vista diferentes nas pessoas que têm o prazer de experimentar esta maravilhosa criação da culinária napolitana em seu local de origem. E o mais impressionante é que algumas não gostam. (Viram, a discussão já está na mesa!)
Com um pouco de intimidade gastronômica podemos até chegar às perversões. Atos obscuros, realizados às escondidas e raramente confessados. Sorvete de morango com mostarda! Macarrão com farofa! Pão com feijão gelado! Combinações que deixariam qualquer puritano culinário de boca aberta.
Eu adoro cozinhar e comer. E, claro, falar de comida. Mas também tenho um gosto particular por ouvir sobre comida. Ver uma pessoa se desnudando aos poucos, enquanto ela revela sua história, sua formação, suas intimidades, sua personalidade. Tudo isso de forma completamente palatável, transfigurando sentimentos em pratos, emoções em receitas, vivências em experiências gastronômicas. É a vida sendo servida como um banquete. Bom apetite!
Amor, paixão, prazer, decepção, ira, inveja... Todos os sentimentos podem vir à tona quando o assunto é comida. Dá margem, também, a discussões acirradas. Um prato, um ingrediente, uma refeição, uma experiência gastronômica. Pontos de partida para um bate-boca acalorado ou para uma lânguida e saborosa viagem interior.
Um inocente jiló, amado por uns e odiado por muitos, vira facilmente objeto de atrito e preconceito numa roda de amigos. (Eca, como alguém pode comer isso!) O chocolate, unânime objeto de desejo, é um tema que, ao contrário, une as pessoas, revela complexidades, desperta sensações. (Uma amiga jura que petit gâteau é melhor que beijo na boca!) Até mesmo as pizzas italianas, perfeitas e irretocáveis, geram pontos de vista diferentes nas pessoas que têm o prazer de experimentar esta maravilhosa criação da culinária napolitana em seu local de origem. E o mais impressionante é que algumas não gostam. (Viram, a discussão já está na mesa!)
Com um pouco de intimidade gastronômica podemos até chegar às perversões. Atos obscuros, realizados às escondidas e raramente confessados. Sorvete de morango com mostarda! Macarrão com farofa! Pão com feijão gelado! Combinações que deixariam qualquer puritano culinário de boca aberta.
Eu adoro cozinhar e comer. E, claro, falar de comida. Mas também tenho um gosto particular por ouvir sobre comida. Ver uma pessoa se desnudando aos poucos, enquanto ela revela sua história, sua formação, suas intimidades, sua personalidade. Tudo isso de forma completamente palatável, transfigurando sentimentos em pratos, emoções em receitas, vivências em experiências gastronômicas. É a vida sendo servida como um banquete. Bom apetite!
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